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Defesa do direito da mulher não pertence à esquerda, diz líder da bancada feminina no Senado

Os entraves para a participação de mulheres nos espaços mais disputados da política ganharam destaque depois de um bate-boca no início de maio na CPI da Covid.

O episódio da discussão entre integrantes da bancada feminina e parlamentares aliados ao governo Jair Bolsonaro sobre o momento em que elas poderiam falar durante as audiências mostrou, do mesmo lado do debate, senadoras de diferentes espectros da política.

Nenhuma senadora tem vaga formal na comissão (as 18 vagas foram preenchidas por homens), então elas têm se revezado para fazer perguntas durante as audiências.

Em entrevista à BBC News Brasil, a senadora Simone Tebet (MDB-MS-Foto), líder da bancada feminina, que participou do episódio na CPI, diz que “hoje há um certo receio da voz feminina”.

No MDB desde que ingressou na política e uma pessoa que se considera “de centro”, a senadora diz também que a pauta do direito da mulher não pertence à esquerda.

“Com exceção de um outro item, acho que essa agenda, em muito pouco tempo, foi resgatada”, diz Tebet, que é filha do ex-senador e ex-governador já falecido Ramez Tebet.

A senadora, que foi abandonada pelo próprio partido na eleição para presidência do Senado, foi a primeira mulher a disputar o comando da Casa, em 2021. Também foi a primeira parlamentar mulher a comandar a disputada Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a primeira vice-governadora de Mato Grosso do Sul e primeira prefeita de Três Lagoas (MS).

Tebet diz que, na política, precisou mudar seu comportamento (“aprender a falar mais alto – porque a mulher tem que falar mais alto para ser ouvida, infelizmente, até hoje -, saber bater na mesa, saber enfrentar de igual pra igual”) e afirma que busca evitar práticas como acelerar a própria fala durante reunião com colegas homens.

“Eles são obrigados a me ouvir, como nós somos obrigadas a ouvi-los.”

Depois de defender pautas relacionadas à ampliação da participação de mulheres na política e de combate à violência contra mulheres, a senadora disse que tem dificuldade de se definir como feminista, “embora seja”. E acrescentou que não é a favor da legalização do aborto.

“Essa é uma pauta em que não consigo ser progressista. Se tiver que votar, não consigo votar.” Disse. (em.com.br)

 

Da Redação- Luciano Reis Notícias, via Bahia na Política