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De autoria da vereadora Juci Cardoso, Câmara Municipal realiza Seminário para discutir Fibromialgia como Deficiência, em Alagoinhas

Fotos – Jhô Paz/Ascom- Câmara Municipal de Alagoinhas

Terça-feira, 16 de setembro de 2025, da Redação- Luciano Reis Notícias, às 23h35. Por Luciano Reis, DRT/8242-BA

Na manhã de segunda-feira (15/9), a Câmara Municipal sediou o seminário que teve como objetivo promover a discussão da Fibromialgia como Deficiência em Alagoinhas. A iniciativa, de autoria da vereadora Juci Cardoso, em parceria com grupo o Mulheres de Fibra e o Programa Municipal de Saúde, reuniu especialistas, representantes do poder público e a população.

Fotos – Jhô Paz/Ascom- Câmara Municipal de Alagoinhas

No discurso de abertura, o presidente Cleto da Banana parabenizou a parlamentar proponente do evento, abordando o papel da Casa Legislativa de tornar tangível as dores vivenciadas pelo povo. “Como destacou a vereadora na convocação: ‘a dor crônica é uma batalha invisível’. E esta Casa tem o dever de ser o espaço no qual o invisível se torna em visível e o silêncio se transforma em voz”, afirmou.

Vereadora Juci Cardoso. Fotos – Jhô Paz/Ascom- Câmara Municipal de Alagoinhas

Em seguida, a vereadora Juci Cardoso destacou a importância de combater o preconceito e ampliar as políticas públicas. “A dor é invisível, mas nós não somos. Muitas vezes, por estarmos bem vestidas ou sorrindo, acham que não sentimos nada. Conviver com dores constantes e enfrentar a incompreensão da sociedade é um desafio diário que precisa ser reconhecido”, disse. Apesar de pontuar avanços, defendeu a ampliação dos serviços a partir da previsão no orçamento: “Precisamos discutir recursos para garantir práticas integrativas, mais qualidade de vida e o fim da invisibilidade Essa luta é pela garantia dos direitos de todas as pessoas com dor crônica.”

O secretário municipal de Saúde, Dr. Antônio Virgínio, destacou que a fibromialgia ainda é pouco compreendida pela ciência, o que gera estigmas e preconceitos. Ressaltou a necessidade de uma abordagem multiprofissional e lembrou os avanços no município, como a chegada de novos especialistas e o acesso mais ágil a exames. “Não se trata de cura, mas de controle. A fibromialgia exige compromisso de toda a sociedade”, afirmou.

A coordenadora da Policlínica Municipal, Laíze Costa, relatou que o cuidado com pessoas com fibromialgia se tornou sua missão desde 2022. “É uma troca diária de carinho e aprendizado. Seguimos avançando e construindo o programa de forma coletiva”, disse. Entre os avanços, citou a ampliação dos atendimentos, grupos terapêuticos, emissão de carteirinhas e a conquista do Prêmio Irmã Dulce como melhor programa da Bahia, ressaltando que “a fibromialgia não pode ser vista, mas quem convive com ela não pode ser invisibilizado”.

A advogada Núbia Carvalho, representante da Associação de Fibromialgia de Camaçari, defendeu a integração entre municípios e órgãos públicos para enfrentar o descrédito e o diagnóstico tardio. “A fibromialgia se trata de uma dor incapacitante, um impedimento de longo prazo, mas que ainda é diariamente negligenciada”, pontuou.

Gicélia Sampaio, assistente administrativa da Secretaria Municipal de Educação em Aramari, compartilhou sua experiência pessoal com a fibromialgia, destacando as dificuldades do diagnóstico e os desafios diários de conviver com dores incapacitantes. “Muitas vezes, aparentamos estar bem, mas por dentro estamos sofrendo. Só quem convive com a doença compreende a complexidade das crises. Houve dias em que sequer consegui levantar da cama, tamanha a intensidade da dor. É difícil para o outro entender algo que não é visível, mas é uma realidade constante para nós”, descreveu.

Participação

A presidente da Associação de Pessoas com Fibromialgia de Salvador (Afibs), Silvia Ribeiro, apresentou a palestra Fibromialgia é Deficiência, ressaltando a Lei Federal 15.176/2025 como marco histórico. Destacou os principais sintomas da doença, a importância do diagnóstico precoce e do tratamento multiprofissional, além de conquistas da entidade em Salvador, na Bahia e no Brasil. “Reconhecer a fibromialgia como deficiência significa derrubar barreiras e permitir acessos”, defendeu.

Com a abertura à participação do público, Fabiana Cardoso — técnica em saneamento e portadora de fibromialgia —emocionou-se ao agradecer pelos avanços conquistados e pela inspiração na vereadora Juci Cardoso. “Me lembro quando ouvi a ouvi relatar suas dificuldades, em 2019, e fiquei admirada com sua força. Recentemente sofri preconceito no trabalho, porque muitas vezes acham que, por eu estar bem vestida, não sinto dor. Mas cuidar da autoestima também é um remédio. Ainda assim, sou grata, porque não estamos desamparadas. Merecemos palmas, todas nós guerreiras que, mesmo com dor, estamos aqui lutando todos os dias”, disse.

Nas considerações finais, Silvia Ribeiro alertou para a importância de relatórios médicos consistentes que descrevam as incapacidades de forma clara, enquanto Núbia Carvalho reforçou que a efetividade da lei depende da compreensão dos direitos e da análise biopsicossocial. A partir dessas orientações, a vereadora Juci Cardoso anunciou a elaboração de uma cartilha com instruções acessíveis para reunir dúvidas e orientar pacientes e familiares.

“Vamos elaborar uma cartilha com as principais orientações para tirar dúvidas e organizar oficinas sobre a lei. Reafirmo meu compromisso de levar cada debate para a gestão municipal, garantindo direitos às pessoas com fibromialgia, como tenho feito nos últimos cinco anos”, concluiu.

Para assistir a sessão na íntegra, clique no link: TV Câmara Alagoinhas

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Da Redação- Luciano Reis Notícias, via Ascom – Câmara Municipal de Alagoinhas